Maíra Mello

“Sou brasileira e acho que isso sempre foi a coisa mais importante a descobrir direito, o que é isso, o que trouxe comigo que só existe porque sou uma criatura do Brasil.”

– Socorro Acioli, Oração para Desaparecer

“Uma língua é um mundo de sons que às vezes não nos deixa entrar muito, porque a linguagem não pode ser estudada sem que alguém te introduza nela, sem saber como soará realmente uma palavra.”

CIRCE MAIA: E DEPOIS VI QUE ERA POSSÍVEL APRENDÊ-LA PERFEITAMENTE (tirado do livro Viver e traduzir, de Laura Wittner)

“Eu gosto do espaço entre as línguas, porque é um lugar de erro ou de equívoco, de dizer as coisas não tão bem quanto se gostaria ou de não conseguir dizê-las de jeito nenhum. E isso é útil para escrever, acho eu, pois é sempre bom se desequilibrar, ser removida da complacência com que você normalmente se põe a observar o mundo e dizer o que observ

Quando o marido de Agnes Varda, Jacques Demy, está bem doente, Agnes diz que queria ficar o mais perto possível dele e ajudá-lo o máximo que ela podia. Então, para o filme sobre a vida dele que ela dirige, ela faz essas cenas com a câmera bem próxima dele, mostrando partes do corpo dele (o cabelo, a pele, os olhos). No cinema essas cenas são chamad

Every picture tells a story

“pois ao perder a escrita, perdi também o nexo com a vida. Sentia uma lassidão, uma distância da realidade, uma névoa que borrava tudo, como se eu não fosse capaz de me emocionar com o que vivia se não o elaborasse mentalmente através de palavras. Pensando bem, é possível que o grande Fernando Pessoa se referisse a isso nos seus célebres versos: "O

“Agora moramos em outro lugar, numa cidade bem diferente e maior: e, se nos encontramos e falamos de nossa cidade, falamos sem nos queixarmos de tê-la deixado e dizemos que agora já não poderíamos viver lá. No entanto, quando voltamos para lá, basta atravessar o átrio da estação e caminhar na neblina das avenidas para nos sentirmos em casa; e a tr

“She was my champion, she was my archive. She had taken the utmost care to preserve the evidence of my existence and growth, capturing me in images, saving all my documents and possessions.”

– Michelle Zauner, Crying in H Mart

“What they lacked in high culture, they made up for by spending their hard-earned money on the finest of delicacies. My childhood was rich with flavor—blood sausage, fish intestines, caviar. They loved good food, to make it, to seek it, to share it, and I was an honorary guest at their table.”

– Michelle Zauner, Crying in H Mart