Sublime

pode ser a culpa por não conseguir dar mais; o desejo de fazer todo e qualquer esforço pela família.

Não queremos apenas resgatar nossas mães mas também mudar nosso destino para nunca sofrermos do jeito que elas sofreram ou sofrem.

Eu amava ser mãe, mas odiava o papel que a maternidade me impunha.

Bem depois do sepultamento, meu acolchoado foi substituído pelo de minha avó — única herança recebida por minha mãe. Quando, à noite, puxei-o e cobri meu corpo com ele, fui envolvida pelo cheiro de linho limpo característico de minha avó, chorei pela primeira vez e entendi o que tinha acontecido. Ah, vó, você nunca mais vai me ouvir cantar. Nunca m

Eu queria mais do que a vida me dava naquele momento, vó.

Quando comecei a falar publicamente sobre minha família disfuncional, minha mãe se enfureceu. Para ela, minhas realizações eram um sinal de que eu não poderia ter sofrido “tanto assim”.

Ele olhou para o chão. “Fui demitido”, ele disse. Eu não conhecia a palavra, mas me dei conta de que havia acontecido um desastre irreparável. Meu pai era um desempregado. Uma coisa que só podia acontecer com os outros tinha acontecido conosco. A Riedel & Lindegaard, de onde vinha tudo o que havia de bom até aquele momento, inclusive meus cinco

Mas não era meu pai quem separava as brigas, quem ia dormir pensando no que cozinhar para sete pessoas no dia seguinte, quem lavava as roupas e tinha que esfregá-las à mão quando a máquina de lavar quebrava.

Você está estudando, você não abandonou sua filha.