Sublime

permaneceu sentada, entretendo a respeito dele sentimentos nada cordiais. Mas foi com bom humor que, mais tarde, contou o sucedido às suas amigas; pois possuía um temperamento vivo e alegre, que se comprazia em tudo o que era ridículo.

— Por isso a gente precisa chegar até o Matadouro do Milo. Ele sabe de alguma coisa, e se os corpos estão indo pra lá… Milo tá metido nisso — completa Bronco Gil.

Edgar Wilson não come porcos. De todos os animais com os quais lidou e matou, é com os porcos que mais se afeiçoou. Diante do impasse na hora de servi-lo, irmã Bernadete oferece a ele um pouco da carne assada que sobrou da janta da noite anterior.

O narrador é alguém que, segundo Benjamin, “sabe dar conselhos”20. O conselho não promete uma solução para o problema. Ele é muito mais uma sugestão de como continuar uma história.

D. Evarista soltou um grito, balbuciou uma palavra, e atirou-se ao consorte, de um gesto que não se pode melhor definir do que comparando-o a uma mistura de onça e rola. Não assim o ilustre Bacamarte; frio como um diagnóstico, sem desengonçar por um instante a rigidez científica, estendeu os braços à dona, que caiu neles, e desmaiou.

Qualquer dia o patrão os botaria fora, e eles ganhariam o mundo, sem rumo, nem teriam meio de conduzir os cacarecos.

Nessa segunda história, escrita no fim dos anos mais férteis do ponto de vista do contista, Machado não somente enxerga o problema, mas vê uma boa parte da solução — pilhérias, humor e, acima de tudo, diria eu, ironia. Ironia, “esse movimento ao canto da boca, cheio de mistérios, inventado por algum grego da decadência...”, como escreve em “Teoria