Entre as tantas vidas vividas Entre as tantas vidas sonhadas Descubro que sou infinita Descubro que sou inventada

Tenho uma criança aqui. Desaparecida perdida num corpo adulto Que não sabe arrumar a mochila dos desejos.

Eu abro o sabonete em forma de pétalas. Eu acendo a vela perfumada. Eu mereço me tratar bem. Eu gasto o tempo comigo. Demorando em coisas de amor. Eu gasto o amor comigo.

lindo é aquele que tem força pra carregar projetos histórias amores corpo lindo é esculpido delicadamente devagar ritmado coração corpo lindo vive dança aceita acata entende mudança

Observe sua mãe sem que ela perceba. De canto, de canto de olho devagar demorado. Observe. Ela não pode saber. Para não poder fugir fingir. Veja se há nela uma faísca um desejo um corado um olhar um dançar um cantar baixinho um jeito leve de mexer nas coisas respirar vida não sobrevida um lugar de existir pulso pulsação palpita memória esperança

cansei de mim meu nome já não aguento mas continuo aqui agora é conviver comigo apesar das minhas (quase) insuportáveis diferenças

Para garantir que mulheres sejam Sempre domesticadas A mulher mesmo morta Segue sendo julgada E condenada.

Experimente dizer: Vou tirar um cochilo. E vá. E lá, lembre-se, ser mulher que dá conta de tudo é bom pra todo mundo. Menos pra você.

pare de dizer que minha mente constrói a realidade. Eu sou feita de catástrofes inventadas.