De tédio, ninguém morre; pistas para entender os nossos tempos (Portuguese Edition)
amazon.com
De tédio, ninguém morre; pistas para entender os nossos tempos (Portuguese Edition)
Os indivíduos são plurais e seus pensamentos têm múltiplas camadas. Até mesmo quando erram.
Os meninos de moletom e os romeiros do Vale do Silício precisam entender que os jogos de poder são mais complicados que os códigos de computador, por mais estranho que isso possa lhes parecer.
Não é por acaso que, tanto no Instagram, quanto no Facebook ou no Twitter, há pouco destaque para as datas de qualquer postagem. Os números são sempre pequenos, com cor inexpressiva e fonte irrelevante. A lógica do tempo é outra.
Foram-se os dias em que havia fé nas instituições, nas autoridades e na mídia. Hoje, a origem e a veracidade da informação ficam em segundo plano e o mais importante é que o argumento apoie o que se pensa. E é por isso que ninguém mais consegue dialogar na internet.
Seja no it ou no bit, as coisas de rico nos catapultam para universos sociais exclusivos, permitidos a poucos, ajudam seus usuários a inventar quem são. Pelo visto, no futuro, o dinheiro sozinho não conseguirá definir quem é quem no Brasil.
O fato de as plataformas digitais assumirem protagonismo na conexão entre pessoas resulta na transferência da lógica dos apps para as relações humanas.
Em um mundo marcado pela onipresença da inteligência artificial, não haverá espaço para gente tacanha. Quem apostar na pobreza intelectual, na estreiteza da mente, na mesquinhez do pensamento e na restrição a qualquer provocação à reflexão será substituído pelos códigos e não terá emprego.
Os romeiros do Vale do Silício e os deslumbrados das startups mentem quando dizem que a tecnologia nos economiza tempo. A verdade é que ela apenas nos permite resolver os problemas cotidianos de maneira mais rápida, mas, como consequência, mudam por completo o ritmo da vida, aceleram nossas necessidades e acabam com a ideia de tempo livre. Toda bre
... See moreSociedade do desempenho
Castells pontua também que o capitalismo informacional é guiado pelo princípio da flexibilidade. As caixinhas que organizam as nossas vidas se misturam umas às outras.