De cada quinhentos uma alma (Portuguese Edition)

Assim era ordenado pelo Senhor que os homens que pelejavam em Seu nome, quando vitoriosos, deveriam repartir os bens conquistados na batalha travada consigo. De cada quinhentos uma alma; tanto dos homens como dos bois, dos jumentos e das ovelhas. Tudo era repartido com o Senhor. A alma de homens, de bois, de jumentos e ovelhas. Tudo que era reparti

Edgar Wilson não come porcos. De todos os animais com os quais lidou e matou, é com os porcos que mais se afeiçoou. Diante do impasse na hora de servi-lo, irmã Bernadete oferece a ele um pouco da carne assada que sobrou da janta da noite anterior.

mataram. Conhecem a maldade. Vou rezar por vocês. Padre Antoine vai até o arsenal de armas e as benze. — Que não falte coragem nem munição.

— Por isso a gente precisa chegar até o Matadouro do Milo. Ele sabe de alguma coisa, e se os corpos estão indo pra lá… Milo tá metido nisso — completa Bronco Gil.

— É o livro de Jeremias. Está no capítulo seis.

— Qual é mesmo o nome dessa fazenda pra onde vocês estão levando os corpos? — pergunta Bronco Gil. Um dos soldados retira do bolso da calça um pedaço de papel e lê o que está escrito. — Matadouro Touro do Milo.

— Você está se referindo ao que aconteceu com o gado? — questiona Tomás. Bronco Gil olha para ele e Tomás completa: — Edgar me contou o que houve.

Edgar Wilson sempre imaginou que Deus se valeria do frio extremo para eliminar Sua criação de vez, mas não, Ele não seria tão previsível, os caminhos do Senhor são insondáveis.

O balconista contrai o semblante e permanece pensativo encarando os próprios sapatos por alguns instantes. Suspende a cabeça e olha para o único cliente do restaurante da parada de caminhoneiros que está sentado à sua frente bebendo café e fumando numa tranquilidade de quem sabe exatamente com o que está lidando.