Charlotte Gainsbourg: “Nunca gostei de mim mesma. Perto da minha mãe, tinha vergonha de mim”
Irene Crespobrasil.elpais.com
Charlotte Gainsbourg: “Nunca gostei de mim mesma. Perto da minha mãe, tinha vergonha de mim”
Penso que houve um tempo em que a coisa mais importante do mundo para mim era minha mãe gostar de mim, mas a criança que demandava esse amor com tanto empenho e que estava sempre à espreita de sinais que o comprovassem não existe mais. Agora eu acredito que minha mãe gosta de mim, só que isso não me deixa feliz.
Ela se sente confortável sendo quem é: não deseja ser outra pessoa nem olha com desprezo para as demais por não serem como ela.
E esta é a minha identidade. Eu sou aquela mesma pessoa. Posso olhar para trás e dizer: ‘Ah, nossa, não consigo acreditar que fiz aquela bobagem quando tinha dezessete anos’. Mas era eu fazendo aquilo. Não passo por nenhuma descontinuidade do eu.”
E depois dos 30 não é mais tudo bem, porque eu tenho que assumir a responsabilidade de quem eu sou e isso só é possível graças a você.
tenho vergonha dessa mulher? Gostaria que ela fosse diferente? Guardo mágoas em relação a ela? Tenho raiva dela? Como ela me tratou quando criança? Ela esteve sempre presente?
Eu amava ser mãe, mas odiava o papel que a maternidade me impunha.