
Búfalos selvagens (Portuguese Edition)

— Os mortos são da terra. O espírito é de Deus — diz Edgar. — E não temais os que matam o corpo, e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo — recita Tomás.
Ana Paula Maia • Búfalos selvagens (Portuguese Edition)
Matar para comer ou para extirpar algum mal não lhe pesa na alma ou consciência.
Ana Paula Maia • Búfalos selvagens (Portuguese Edition)
Ainda consegue ouvir o eco seco do silêncio e o som do abismo que reverbera na alma. Todos saíram derrotados. Os que atravessaram a epidemia e tiveram a chance de permanecer aqui não são mais os mesmos.
Ana Paula Maia • Búfalos selvagens (Portuguese Edition)
O fardo que carrega de zelar pelos rejeitados, ladrões e vagabundos. Sente-se como um cristo. Um cristo pequeno, que arrasta suas botas contra a poeira do solo, que come com os inimigos e que enterra homens e animais.
Ana Paula Maia • Búfalos selvagens (Portuguese Edition)
Quando o atinge mais uma vez, Bronco Gil puxa o ar e abre o outro olho, seu único olho bom. Edgar Wilson puxa um enfermeiro pelo corredor, que entuba Bronco Gil, e assim ele vive, ele viveu.
Ana Paula Maia • Búfalos selvagens (Portuguese Edition)
O caçador ético nunca abate além dos limites permitidos. É preciso manter a distância necessária do alvo para que este tenha a chance de escapar.
Ana Paula Maia • Búfalos selvagens (Portuguese Edition)
Tudo não passou de uma sequência de fenômenos explicados à exaustão por especialistas de toda sorte.
Ana Paula Maia • Búfalos selvagens (Portuguese Edition)
Edgar Wilson estaciona na entrada do pronto-socorro e carrega a imensidão que é Bronco Gil nos próprios ombros. Uma maca é trazida às pressas e Bronco Gil já está sem vida quando é socorrido pelos médicos de plantão.
Ana Paula Maia • Búfalos selvagens (Portuguese Edition)
Edgar Wilson se sente fustigado e não responde de imediato. Não sabe o que dizer. Esteve no matadouro do Milo há pouco mais de um ano. Há um pesar em suas lembranças quando se recorda do cheiro ardido da morte que pairava sobre o local. Da pilha de corpos doentes sendo eliminados no fogo dia após dia.