Mas ela não foi feita para a vida comum. Jamais pensara em enamorar-se, nem mesmo percebia os olhares que os homens e mulheres lhe dirigiam. Desde cedo encantou-se com um rosto apenas, o rosto de Atena. Não que tenha sido atraída pela imagem gravada em mármore. Não foi a pedra ou a mão do escultor que a conquistaram. Foi algo superior, intocável.

A Beleza de Medusa mostra uma donzela humana. É a beleza perecível, frágil, inocente. É interessante que quando se fala na Medusa geralmente se imagina aquela criatura grotesca com serpentes na cabeça e que petrifica as pessoas, porém esta é a Górgona, a Medusa transformada em monstro, vítima de uma maldição dos deuses. A Medusa antes deste

Nada podendo fazer e já acostumado com as tragédias que o destino lhe preparava, o velho em prantos seguiu caminho até a Sicília, na Itália, acompanhado pelos mesmos abutres que seu filho invejara.

“Meu filho, não desças muito para que a umidade do mar não encharque as penas das asas, nem subas tão alto que o ardor do sol resseque a cera”. Mas qual um sábio a falar para um louco, as admoestações não adiantaram. Enfeitiçado pelo sol e invejando os abutres nas alturas, pôs-se Ícaro a subir mais alto sem se dar conta que suas asas se iam

Como pena, aprisionou a Dédalo e seu filho Ícaro no labirinto, o que torna evidente que a ira suprime a inteligência dos humanos, pois o arquiteto facilmente escapou do labirinto que criara e, com a mesma engenhosidade, fabricou asas com penas e cera de abelha para escapar da ilha sem ter de enfrentar seus guardas.

Talvez como uma tentativa de reconciliar-se com sua terra natal que profanara com o sangue do sobrinho Talos, Dédalo uniu-se a Ariadne, filha de Minos, para salvar o herói Teseu do labirinto.

Sim, o labirinto de Cnossos, onde o rei mantinha preso seu monstruoso filho, o Minotauro, e o alimentava com humanos sacrifícios.

Não eram poucas as brincadeiras com que o felizardo artista e sua serva Náucrates se entretinham, de modo que nasceu-lhe o filho a quem chamou de Ícaro.

Sua intemperança se mostrou quando teve ciúmes de seu sobrinho e discípulo Talos. Possuindo Talos a mesma genialidade a correr nas veias, numa simples intuição, ao observar uma queixada de cobra, criou o serrote, ferramenta até então desconhecida. Enciumado, Dédalo precipitou o aluno do alto da Acrópole e os governantes de Atenas exilaram o artista