Sublime

Muito bem: Nasci no dia 14 de dezembro de 1918, num apartamentinho de dois quartos em Vesterbro, em Copenhagen. Morávamos na Hedebygade 30A, e o A significava que era o prédio dos fundos.

companheiros. Na outra vez que nos encontramos no café da Strandlodsvej, Gammeltorv me mostra um recorte do Amagerbladet, que, entre outras coisas, diz o seguinte: Uma moça bem jovem, Tove Ditlefsen, fez muito sucesso no papel de tia Agnes. Embora tenham errado a grafia do meu nome, é uma estranha sensação vê-lo impresso pela primeira vez.

A bibliotecária da seção infantil se chama Helga Mollerup. Ela é conhecida e amada por muitas crianças do bairro, porque sempre que falta aquecimento e iluminação em suas casas elas recebem permissão para ficarem sentadas na sala de leitura até a biblioteca fechar, às cinco da tarde.

Não convinha ficar conhecida como alguém que compra pão velho, assim como não convinha ficar conhecida como participante das refeições escolares da escola da Carlsbergvej, única instituição de assistência social em Vesterbro nos anos 1930.

Ela era assim, e se dependesse dela, Edvin poderia ter trocado de posto de aprendiz sem problema.

great Danish poet, Jens Peter Jacobsen.

Das meninas do canto das lixeiras, a essa altura Ruth era a única que eu conhecia, e ela sempre me dava um “olá” se eu passava pelo pátio.

Quando leio Ved vejen, de Herman Bang, meu pai segura o livro entre dois dedos e diz, com todas as mostras de aversão: “Este você não pode ler. Ele não era normal!”. Sei que é horrível não ser normal, e eu própria tenho minhas dificuldades para fazer de conta que sou. Por isso me consola saber que Herman Bang também não era, e leio o livro até o fi

Meu pai me mostra os cartuns sombrios e satíricos de Anton Hansen no Social-Demokraten,