Sublime

Ela levará à elaboração daquilo que os teólogos vão chamar de “provas da existência de Deus”, particularmente a que consiste em tentar mostrar que, por ser o mundo perfeitamente benfeito — no que os gregos não estavam totalmente errados —, é preciso admitir que existe um criador inteligente de todas essas maravilhas.

Em outras palavras, ele simplesmente inventa o “espírito crítico”, a liberdade de pensamento e, com isso, funda a filosofia moderna.

Porque para Nietzsche, de um lado, o fundamento do real, a essência mais íntima do ser, nada tem de cósmico nem de divino, ao contrário; de outro, o conhecimento não parte das categorias de visão — do orao grego. Não é uma contemplação ou um espetáculo passivo como para os Antigos.

a passagem de uma doutrina da salvação anônima e cega à promessa de que vamos ser salvos não apenas por uma pessoa, o Cristo, mas também enquanto pessoa.

Daí o laço indissolúvel entre amor e doutrina da salvação.

esse divino, que não tem nada de um Deus pessoal, mas se confunde com a ordem do mundo, que os estoicos nos convidam a contemplar (theorein) com a ajuda de todos os meios apropriados

Mas, para aqueles que não estão convencidos, para aqueles que duvidam da veracidade dessas promessas, o problema, é claro, permanece. E é justamente aí que, por assim dizer, entra a filosofia.

É essa negação do real em nome de um ideal que Nietzsche chama de “niilismo”.