Sublime

Eu tava inteligentinha esforçada fingindo que era inteligentinha natural.

Ela vai de feiosa a gostosa quando seus aparelhos e óculos somem.

Era um tempo lindo, com todas as coisas que eu mais queria, mas achava que não merecia por não estar em um “bom” corpo.

Os meninos na escolinha me chamariam de nojenta e diriam que, por ser gordinha, nunca seria amada por alguém.

Pensava nelas como reais, e em meu eu gordo como um espaço que eu ocupava temporariamente.

Sim, eu fazia dieta porque acreditava que só quando perdesse peso eu mereceria viajar, usar roupas fofas e ir a muitos encontros com pessoas com quem eu gostava.

Meu corpo era como aquela água, uma fonte de alívio e diversão.