Histórias íntimas - 3 ª edição: Sexualidade e erotismo na história do Brasil (Portuguese Edition)
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Histórias íntimas - 3 ª edição: Sexualidade e erotismo na história do Brasil (Portuguese Edition)
Até então, o que se conhecia como sexualidade não tinha existência própria. As relações sexuais dividiam-se entre as voltadas para a renovação das gerações e aquelas, mais erotizadas, voltadas para o prazer. E essa divisão coincidia matematicamente com aquela que separava as mulheres puras das impuras.
Esposas estéreis ou na menopausa deviam ser evitadas. Nada de amores inúteis.
A percepção desses estrangeiros é de que havia certa antecipação sexual nas moças do Novo Mundo.
Isso queria dizer que a esposa não devia demonstrar nenhum conhecimento sobre sexo. Somente casta e pura ela seria desejada. Sua ingenuidade seria prova de sua honradez.
O sexo, de reprimido e disciplinado, depois instrumento de emancipação e igualdade nos anos 70 e 80, passou a um poderoso aliado do consumo e do hedonismo. Sua banalização seria uma maneira de distrair a sociedade de seus verdadeiros problemas?
Há autores que sublinham a esquizofrenia do brasileiro, um povo que adora e, ao mesmo tempo, repudia a sua vocação mais escancarada e libertina.
Eles deviam demonstrar atitude, atividade, postura propositiva; elas, ao contrário, apenas leveza e suavidade. Elaborava-se a masculinidade contrastando-a com a feminilidade.
O transexualismo é um fenômeno próprio de nossa cultura.
Em comum, as vítimas tinham o fato de serem mulheres independentes.