Histórias íntimas - 3 ª edição: Sexualidade e erotismo na história do Brasil (Portuguese Edition)
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Histórias íntimas - 3 ª edição: Sexualidade e erotismo na história do Brasil (Portuguese Edition)
À fornicação e aos pecados sexuais nos trópicos não faltaram pontadas de racismo e desprezo à mulher de origem africana.
Venenosa e traiçoeira, a mulher era acusada pelo outro sexo de ter introduzido sobre a terra o pecado, a infelicidade e a morte.
Fumar, usar biquíni e ver Malu Mulher nesses tempos podia acabar em morte.
A concepção do sexo como pecado, característica do cristianismo, implicava a proibição de tudo o que desse prazer.
Há autores que sublinham a esquizofrenia do brasileiro, um povo que adora e, ao mesmo tempo, repudia a sua vocação mais escancarada e libertina.
As pesadas matronas de Renoir eram substituídas pelas mulheres esbeltas de Degas. Insidiosamente, a norma estética emagrecia, endurecia, masculinizava o corpo feminino, deixando a “ampulheta” para trás.
Até então, o que se conhecia como sexualidade não tinha existência própria. As relações sexuais dividiam-se entre as voltadas para a renovação das gerações e aquelas, mais erotizadas, voltadas para o prazer. E essa divisão coincidia matematicamente com aquela que separava as mulheres puras das impuras.
Enfim, a modernidade parece querer dispensar o casamento e a família de sua função histórica básica: garantir a nossa sobrevivência.
O que estava em jogo em todo esse discurso da aparência é a transformação do corpo feminino em objeto de um desejo fetichista. Se, por um lado, a estética cinematográfica era sinônimo de mentalidade moderna e um domínio em que a mulher podia tomar iniciativas, por outro, a sensualidade que emanava de sua representação a transformava em objeto passi
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