muitas vezes, é difícil assumi-la, porque isso exige revisitar memórias, sentimentos e dores que foram negados e encontram-se represados dentro de nós.

Como ir além dessa necessidade de amor exclusivo? Como ir além da carência afetiva?

Não devemos forçar o processo de cura. O que podemos fazer é dar alguns comandos para a mente e aguardar até que ela se abra para isso.

Precisamos destrinchar nossa história, mas isso somente é possível se nos dispusermos a olhar. Não é possível elevar a energia sexual ao coração se ainda estamos querendo machucar a nós mesmos e ao outro.

Quando nos colocamos no lugar do outro e vemos a dimensão da dor que ele carrega, não há espaço para vingança. Abre-se, então, uma janela que nos dá a chance de interromper o sofrimento. Mas esse processo não se dá assim, racionalmente. O perdão não pode ser racional.

Avalie sinceramente por que você quer seguir dessa maneira, para ver se não é uma fuga. A resposta está dentro de você — você já sabe.

Esse tipo de repressão da espontaneidade se repete muitas vezes na infância, e como a criança precisa de amor, alimento, proteção e liberdade, nesse momento, ela sente sua vida ameaçada. Ela sente que se não ceder a essa ordem, ela deixará de receber o que precisa para continuar vivendo.

O laço entre a corrente vital (prazer) e o sofrimento pode ser tão forte que algumas pessoas têm a sensação de que irão morrer se abrirem mão de certos padrões negativos.

Permita-se entrar no porão dos sentimentos negados que dão sustentação para os comportamentos negativos.