A Romantização do Sofrimento e a Desmoralização do Suicídio Feminino, Aspectos Sociais que Negligenciam a Dor das Mulheres.
Ao observar a construção da feminilidade que inclui o sofrimento como virtude, compreende-se que o sofrimento feminino não é apenas socialmente aceito, ele é esperado, reforçado, consumido e, por fim, despolitizado.
Maria Kupkowski • A Romantização do Sofrimento e a Desmoralização do Suicídio Feminino, Aspectos Sociais que Negligenciam a Dor das Mulheres.
O sofrimento silencioso torna-se bonito, as lágrimas de uma mulher tornam-se objeto de fascínio e performatividade midiática, e a associação entre ser mulher e sofrer, entre ser mulher e se calar, são banalizadas, normalizadas e desmoralizadas com a construção relacionada entre o sofrimento como dever do gênero feminino.
A Romantização do Sofrimento e a Desmoralização do Suicídio Feminino, Aspectos Sociais que Negligenciam a Dor das Mulheres.
A dor deixa de ser um problema, um sentimento ruim e um alerta emocional, e torna-se uma identidade, onde ser uma “Mulher triste” é uma narrativa de vida, uma personalidade, um rótulo de valor simbólico e pouco problematizado.
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O sofrimento feminino, quando não é negligenciado, é facilmente enquadrado como exagero emocional, fraqueza ou desvio psicológico, nunca como uma resposta legítima às estruturas sociais que causam esse adoecimento.
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Ainda assim, mesmo sendo a maioria das tentativas, as mulheres continuam sendo desacreditadas e identificadas nessa passividade de sofrimento como seu normal. Sendo assim, com frequência, são rotuladas como “exageradas” ou “emocionalmente instáveis”.
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Aspectos esses, são esperados das mulheres, muitas vezes celebrados como a verdadeira feminilidade e fazem de seus opostos o conceito de falso feminino, “corpos de mulheres” que não se elevam ao idolatrado feminino frágil e doce que se é esperado.