
A crise da narração (Portuguese Edition)

As informações fragmentam o tempo. O tempo é reduzido a uma faixa estreita de coisas atuais. Falta-lhe amplitude e profundidade temporais. A compulsão pela atualização desestabiliza a vida. O passado não produz mais qualquer efeito no presente. O futuro se reduz a um update permanente de coisas atuais.
Byung-Chul Han • A crise da narração (Portuguese Edition)
As teorias estão sendo substituídas por dados diretos: “para fora com toda teoria do comportamento humano, da linguística à sociologia. Esqueça a taxonomia, a ontologia e a psicologia. Quem sabe por que as pessoas fazem aquilo que fazem? A questão é que elas fazem, e podemos rastrear e medir isso com uma fidelidade sem precedentes. Com dados sufici
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dito inusitado de Isak Dinesen, que é ali utilizado como mote: “todas as mágoas são suportáveis quando fazemos delas uma história ou contamos uma história a seu respeito”100.
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As fotografias retratam o dado sem internalizá-lo. Elas não querem dizer nada. A memória como narração, pelo contrário, não representa um contínuo espaçotemporal. Em vez disso, ela se baseia muito mais em uma seleção narrativa.
Byung-Chul Han • A crise da narração (Portuguese Edition)
O conselho não promete uma solução para o problema. Ele é muito mais uma sugestão de como continuar uma história.
Byung-Chul Han • A crise da narração (Portuguese Edition)
Narração e recordação são mutuamente dependentes. Aqueles que se rendem ao presente pontual não são capazes de narrar.
Byung-Chul Han • A crise da narração (Portuguese Edition)
A felicidade não é um acontecimento pontual. Ela tem uma longa cauda que se estende até o passado.
Byung-Chul Han • A crise da narração (Portuguese Edition)
a narração pressupõe escuta e uma atenção profunda. A comunidade narrativa é uma comunidade de ouvintes atentos.
Byung-Chul Han • A crise da narração (Portuguese Edition)
Consumidores são solitários. Não formam uma comunidade. Os “stories” das plataformas sociais não são capazes de eliminar o vácuo narrativo. Eles nada mais são que autopromoções pornográficas ou anúncios. Postar, curtir e compartilhar como práticas consumistas intensificam a crise narrativa.